CT Comboios Transmontanos S.A.

1. Introdução

Como Flaviense e Transmontano, tive a alegria e o prazer de poder viajar nas linhas do Corgo e do Tua, antes destas belas linhas ferroviárias, de via estreita transmontanas, terem sido encerradas. Dói-me a alma sempre que me desloco a Chaves e percorro o trajecto da antiga linha do Corgo à procura dos vestígios que ainda restam desse passado glorioso. Sempre que vou a Abreiro e a Mirandela, não consigo deixar de visitar as suas estações de comboios e recordar como no passado estes comboios circulavam cheios de passageiros.

Guardo na minha memória a imagem de sair na estação de Peso da Régua, do comboio procedente do Porto e apanhar o comboio para Chaves. Esta mudança de comboio tinha de ser rápida para conseguir um lugar à janela, uma vez que eram muitas as pessoas que seguiam no comboio para Chaves. O comboio andava sempre cheio até Vila Pouca de Aguiar, após esta estação era possível arranjar algum espaço livre. Outra memória que guardo é da estação de Vidago que estava sempre cheia de gente.

O que mais me revolta é a passividade dos autarcas transmontanos sobre o encerramento das Linhas Transmontanas. Todos falam na regionalização, mas não seriam as Linhas Transmontanas, a bandeira mais emblemática de afirmação dessa regionalização?! Qualquer região europeia com autonomia regional, tem como principal premissa e preocupação, o estabelecer de vias de comunicação entre os municípios da sua região. O comboio é hoje, a melhor aposta que tem vindo a ser seguida na Europa. Vejam os vários exemplos da nossa vizinha Espanha, que está a modernizar todas as suas vias estreitas, não só para turismo, mas também para o transporte diário de passageiros. A exploração turística que faz dessas vias-férreas é uma das formas de financiamento encontradas para manter abertas essas linhas ao transporte de passageiros. Mas o que realmente faz dessa exploração um sucesso, é oferta de um serviço de qualidade, com uma boa oferta de horários e com comboios modernos, que para além do conforto que oferecem, conseguem uma maior rapidez nas viagens entre as localidades.

Quando no ano passado iniciámos o projecto CT – Comboios Transmontanos S.A. confinamo-lo às Linhas Transmontanas. Ao longo dos últimos meses, fomos aprofundando a nossa análise sobre o projecto da FEVE, fonte de inspiração para o projecto CT e juntamente com os contributos que fomos recebendo de Portugal e de Espanha, alargamos o campo de exploração do projecto CT a todas as linhas de via estreita em Portugal, passiveis de exploração.

Assim, defendemos que a CT - Comboios Transmontanos S.A. fique responsável pela gestão das Linhas do Tâmega, Corgo, Tua, Sabor, Lamego e Vouga.

Para que este projecto seja financeiramente viável, é preciso fazer uma gestão integrada de todas as linhas. Para isso, torna-se necessário a construção de novos troços que permitam a ligação entre:

»        a Linha do Tâmega com a Linha do Corgo;

»        a Linha do Corgo com a Linha de Lamego;

»         a Linha do Corgo com a Linha do Tua;

»         a Linha do Tua com a Linha do Sabor;

»        a Linha de Lamego com a Linha do Vouga.

   

A construção destes novos troços permite que um passageiro de Bragança possa viajar até Aveiro sem mudar de comboio, podendo nessa estação apanhar o comboio Alfa e/ou Intercidades com destino a Lisboa. Além disso, vai conseguir ir e voltar no mesmo dia.

Este projecto é pragmático sobre a questão da barragem da EDP e a consequente submersão de parte da Linha do Tua, por isso, defendemos a utilização da Linha do Tua apenas entre Abreiro e Bragança, ficando assegurada a ligação à Linha do Douro através da Linha do Corgo e da Linha do Sabor, com a construção dos novos troços. Contudo, estamos disponíveis para prolongar a Linha do Tua para além de Abreiro até ao local onde vai ser construído o ancoradouro dos barcos do projecto da EDP.

Para além do transporte de passageiros, este projecto está preparado para gerir o transporte de mercadorias. Grande parte das estações foi redimensionada para receber comboios de mercadorias, estando previsto a construção de terminais de mercadorias. A ligação até Aveiro é muito importante para a exploração do transporte de mercadorias, possibilitando o transporte de mercadorias entre o Porto de Aveiro e Espanha, bastando para o efeito prolongar a Linha do Vouga por pouco mais de 10 km até ao Porto de Aveiro. Esta construção seria feita introduzindo a via estreita no meio da via larga já construída, pelo menos até ao terminal de mercadorias construído entre as estações de Aveiro e de Cacia da Linha do Norte.

Assim, propomos a construção de 250 km de via-férrea e a reposição/modernização de 620 km. No total estamos a falar de 870 km de via-férrea. È o maior projecto ferroviário de via estreita alguma vez apresentado em Portugal, desde o início da construção das primeiras linhas de caminhos-de-ferro em Portugal.

Está na altura de Portugal deixar de construir mais auto-estradas e apostar finalmente naquilo que já deveria ter feito nos anos 80: modernizar e construir novas linhas de caminhos-de-ferro para transporte de passageiros e mercadorias. Se essa aposta tivesse sido feita no passado, com toda a certeza a conjuntura económica Portuguesa poderia ser outra. Estamos a pagar hoje pelos erros acumulados nos últimos 30 anos. Não percamos mais tempo.

O projecto CT tem inúmeras vantagens para as populações servidas, tornando ainda mais apetecível o transporte ferroviário na actual conjuntura de crise económica.

 O projecto CT foi melhorando em relação ao projecto inicial apresentado no ano passado com os contributos que fomos recebendo. Introduzimos algumas ideias novas, com o objectivo de tornar o projecto CT um projecto financeiramente rentável, para que possa ser um produto apetecível aos investidores privados. Deixámos de acreditar no estado português (governo e autarquias) como os principais accionista deste projecto. Além disso, queremos também demonstrar a exequibilidade de um grande projecto no sector ferroviário através da iniciativa privada.

É bom para a economia Portuguesa que mais projectos privados apareçam neste sector. Não podemos estar sempre à espera da moleta ou dos subsídios estatais. A conjuntura da economia Portuguesa poderia ser outra, se a nossa economia não fosse demasiada dependente do estado e se este não estivesse demasiado presente. Quanto maior for o “comboio” do estado na economia mais impostos somos obrigados a pagar e menos financiamento fica disponível para os verdadeiros investidores, criadores de riqueza.

Daí que esperamos que o nosso trabalho esteja bem elaborado para que os eventuais investidores apareçam para financiar este projecto, tendo como garantia o retorno do seu investimento.

Contatos

CT - Comboios Transmontanos S.A.

ct_comboios@netcabo.pt

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